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QUAL ANESTESIA FAZER PARA RINOPLASTIA: GERAL OU LOCAL?

Atualizado: 14 de jun. de 2021

Você tem medo de fazer anestesia geral?


Você acha que anestesia local tem menos riscos?


Se você respondeu “sim” a essas duas perguntas, saiba que você não está sozinho nessas respostas. Mas é necessário que você saiba mais sobre a anestesia caso esteja pensando em fazer uma cirurgia.




A maioria das pessoas tem medo de fazer cirurgia por medo da anestesia, principalmente se for anestesia geral.


Também é comum o medo de sentir dor durante o procedimento.


Você não é diferente, eu não sou diferente, todos temos receios e preocupações com situações que envolvem algum risco.


É como viajar de avião. Quem nunca viajou, morre de medo. Quem viaja às vezes ou frequentemente sempre se preocupa. No entanto, milhares de voos são realizados no Brasil e em todo mundo na mais absoluta segurança. Com a anestesia é a mesma situação.


Todo mundo que deseja ou necessita fazer uma cirurgia leva em consideração os riscos da anestesia. E muitas vezes desiste de tratar um problema ou realizar um desejo por falta de informação adequada sobre a anestesia.


Vamos falar neste artigo sobre as duas principais formas de anestesia utilizadas para realizar a rinoplastia: geral ou local.


PREPARAÇÃO PARA ANESTESIA


A preparação para anestesia começa com uma consulta com o cirurgião dias antes da cirurgia. Nessa consulta, além do exame físico e da avaliação específica do problema que necessita de uma cirurgia, será realizada a história clínica de sua saúde e fatores de risco.

Além disso, uma consulta pré-anestésica é necessária. O Conselho Federal de Medicina publicou a Resolução nº 1.802/06 que indica a necessidade de consulta médica pré-anestésica antes da realização de qualquer tipo de ato anestésico.

Portanto, nos casos que serão realizados com anestesia geral ou local com presença de anestesista, é fundamental a consulta pré-anestésica.

Essa consulta com o anestesista serve para você saber como será realizada a anestesia, quais as etapas, como você deve se preparar e, principalmente, avaliar quais os possíveis riscos anestésicos, ou seja, o anestesista irá esclarecer todas as suas dúvidas com relação a anestesia.


Como é sabido pela maioria das pessoas, no dia da cirurgia é fundamental estar com o estômago vazio (jejum) para realizar a anestesia geral ou local com sedação. A razão para isso é para evitar a aspiração para o pulmão decorrente da perda ou diminuição da consciência.



Indica-se que alimentos sólidos (gordurosos e carnes) devam ser evitados 8 horas antes da cirurgia, alimentos leves (chá e torradas) evitados por 6 horas e líquidos claros (água ou Gatorade ou similar, somente), mas não sucos ou leite, sejam evitados 3 – 4 horas antes.


Medicações de uso contínuo serão adequadas conforme orientação durante a consulta com o anestesista.

Aspirina, anti-inflamatórios em geral e medicações para afinar o sangue devem ser evitadas pelo menos 1 semana antes da cirurgia.

Suplementos alimentares e herbais podem aumentar o risco de complicações e devem ser discutidos com seu médico antes da cirurgia.


ANESTESIA GERAL


A anestesia geral é uma técnica utilizada para produzir analgesia (retirar a dor), amnesia (perder a memória), relaxamento muscular e sedação (inconsciência).

Assim, o paciente é capaz de tolerar uma cirurgia, garantindo conforto e bem-estar durante todo o tempo necessário.




Com a anestesia geral, podemos fazer a seguinte analogia: você entra no seu quarto (centro cirúrgico) para dormir e no dia seguinte acorda sem saber o que aconteceu durante a madrugada (cirurgia).

Para fazer a anestesia geral são utilizadas medicações intravenosas ou inalatórias.


Cada vez mais as medicações utilizadas são mais seguras, portanto os riscos são menores.

Mas o mito de que anestesia geral é muito perigosa persiste. Complicações decorrentes da anestesia geral são raras, principalmente em pacientes saudáveis.

Nos casos de complicações, elas ocorrem na maioria das vezes em pacientes que já possuem outras doenças graves como doenças cardíacas, renais, pulmonares, hepáticas, etc.......

O risco de morrer decorrente de anestesia geral é menos de 1:10.000 ou 0,01%, segundo vários estudos. (Braz LG, Braz DG, Cruz DS, Fernandes LA, Módolo NSP, Braz JRC. Mortality in anesthesia: a systematic review. Clinics. 2009;64(10):999-1006.)

Nestas estatísticas estão incluídos todos os tipos de pacientes, ou seja, desde pacientes saudáveis até pacientes com doença graves associadas.

Nos pacientes que fazem rinoplastia, a grande maioria é saudável e abaixo de 40 anos, portanto com um risco ainda mais baixo de complicação.

ANESTESIA LOCAL

A anestesia local é uma técnica para reduzir a dor e a sensação no local onde será realizada a cirurgia, podendo ser acompanhada ou não de sedação.

A rinoplastia quando realizada com anestesia local, necessita de sedação para oferecer conforto para o paciente. Quando for realizada a sedação, o ideal é ter um anestesista responsável durante a cirurgia.


Muitas pessoas acreditam que é uma técnica mais segura e com menos riscos, porém não é uma verdade absoluta. Como tantas outras coisas, DEPENDE do tipo de cirurgia.

Se você for fazer uma cirurgia na ponta do dedo ou no pé, por exemplo, seguramente a anestesia local (regional) é a mais indicada. Porém, quando estamos falando de cirurgia no nariz, as coisas mudam.




Assim como as medicações usadas na anestesia geral, as também utilizadas para anestesia local possuem alguns riscos. Embora baixos, não são desprezíveis.

Além disso, durante a rinoplastia é bastante frequente a necessidade de realizar algum procedimento internamente no nariz (cirurgia de septo ou cornetos), o que pode provocar sangramento temporário durante a cirurgia. Como o paciente está sedado, com perda de seus reflexos de proteção naturais, podem ocorrer complicações durante o sangramento.


Portanto, anestesia local para realizar a rinoplastia não é necessariamente mais segura do que anestesia geral.


PÓS ANESTÉSICO


Após a realização da anestesia, algumas manifestações indesejáveis podem ocorrer. As mais comuns são:

  • Náuseas.

  • Vômitos.

  • Sonolência.

  • Tremores.

  • Dor de garganta.


FATORES DE RISCO PARA ANESTESIA


Os fatores que podem aumentar o risco da anestesia são:

  • História prévia de reação anafilática

  • Alergias a medicações

  • Uso frequente de bebidas alcoólicas

  • Tabagismo

  • Uso de drogas, principalmente cocaína

  • Uso de medicamentos sem prescrição médica

  • Doenças cardíacas, pulmonares, renais ou diabetes pré-existente

  • Apnéia do sono

  • Obesidade

Finalizando, é fundamental uma consulta tanto com o cirurgião quanto com o anestesista para uma adequada avaliação e decisão da melhor alternativa para o seu caso.


Dr. Guilherme Pilla Caminha

CRM-SC 8421 / RQE 9892


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